terça-feira, 14 de agosto de 2012

A oitava semana

Eu já estava na oitava semana quando descobri a gestação. Preferi escrever um tempo depois, porque já saberia o que senti de fato e, realmente, há muita diferença entre o que escrevi no diário de papel e o modo como interpreto a situação agora, mas prometo estar sendo o mais fiel possível às ideias primordiais. Preciso dizer é claro, que a primeira coisa que fiz na empolgação de ser mãe, foi comprar um diário de gravidez. Hoje ele é meio esquecido, e ainda estou no sexto mês de gestação, embora eu sempre pense em escrever um pouco, a gravidez não mudou muito a minha rotina que é bem puxada, mas depois falamos sobre isso. A essa altura, da oitava semana, a única coisa que eu sentia era uma cólica fina, como quando a menstruação está chegando. A única diferença é que não passava, doía sempre, e, depois, nos dias seguintes, passei a sentir mais sensibilidade nos seios, que depois se tornou dor mesmo! Não aguentava mais usar a toalha para secar normalmente. Depois do terceiro mês tudo isso desapareceu. Nesse primeiro trimestre não tive outros sintomas, não comprei coisas para o bebê, não fiz exames caros para antecipar a descoberta do sexo do bebê e na verdade, pouco ou nada mudou na minha vida. Aliás, algo deve ser salientado. Meu apetite diminuiu nas primeiras semanas de gestação. Não chequei a ter náuseas ou enjôos, mas perdi completamente o apetite. Perdi seis quilos até o terceiro mês. A partir daí a fome voltou mas consegui controlar o peso até agora. Aquele sono maravilhoso que antes eu desconhecia também durou até o terceiro mês. Eu podia dormir o dia todo e ainda dormir à noite, como fiz em algumas tardes de sábado, mas o que me chamou mesmo a atenção, foi o fato de me sentir mais disposta para o trabalho e para outras atividades. Ainda hoje, no sexto mês, sinto mais disposição para o dia, para acordar cedo, para cumprir as tarefas de trabalho e outros compromissos e ainda cuidar da casa. O bom disso tudo é que passei a dormir mais cedo, mas saibam que antes eu dormia por volta de 1h da manhã e hoje esse horário se antecipou para as 23:30 h em média. Na oitava semana a barriga não cresceu ainda, só está um pouco inchada, como se você estivesse com gases - isso é uma comparação grosseira, pois a barriga na verdade fica mais volumosa e claro, a gente ainda fica tentada a caber nos vestidinhos mais justos, principalmente se você imaginar que talvez seja a última vez que vai usá-los, até porque você não guarda mais muitas certezas sobre quem você vai ser após a gestação. Que corpo terá é a preocupação mais direta, mas eu me pergunto também se quem eu sou, o que acredito, a minha forma de agir e entender a vida, se isso também mudará. Sinceramente, as mudanças já estão ocorrendo, a começar pela beterraba que antes eu detestava e agora amoooo além de todas as frutas e demais legumes e verduras a que estou me obrigando. Mas não é só isso. A oitava semana é aquela em que você fica tentada a fazer um exame laboratorial de sangue que permite identificar o sexo do bebê neste momento em que a ecografia mais comum não consegue distinguir. Para se ter idéia, a ecografia pode distinguir com certeza o sexo do bebê a partir do terceiro ou quarto mês e imagine a curiosidade que você vive até este momento chegar, além de todas as pessoas que vão lhe perguntar e sonhar com o bebê junto com você. Família, pais, irmãos, amigos, colegas de trabalho, sogros, madrinha, todos vão sugerir nomes para o seu bebê e dizer como menino é mais fácil de tratar do que menina, que além de ser mais delicada tem direito a muito mais acessórios e por isso é muito mais cara. NÃO leve isso a sério e não crie expectativas. Vivenciei o momento feliz em que uma grande amiga minha ficou radiante pela descoberta do filho, ganhou presentinhos, descobriu o sexo na oitava semana e, tragicamente, em pouco tempo seu sonho foi desfeito pelo abortamento natural do feto. É claro que o grau de envolvimento com o bebê que estava sendo gerado e toda a expectativa da família fizeram esse sofrimento um pouco maior. Então, eu criei a ideia de que esperar o tempo certo de descobrir tudo sobre o bebê seja mais adequado do que dar asas a essa ansiedade que nos faz querer providenciar tudo. Quando lemos os blogs sobre maternidade, ou mesmo sites médicos, vemos o quanto o bebezinho - feto, de oito semanas é ainda um ser frágil. Uma pequena sementinha ainda, medindo milímetros e ali começa o milagre da vida a nos transformar.

29/03/2012

Descobrindo a Gravidez Como sempre, menstruação atrasada, e, parênteses se abram, sempre que isso ocorria eu fazia um teste de gravidez por desencargo de consciência e milagrosamente, alguns dias (no máximo dois ou três) a bendita aparecia. Alíás, os doutores de plantão poderiam fazer a gentileza de explicar esse poderoso efeito da mente sobre o corpo, não? Quando o Rô disse que dessa vez o teste deu positivo eu achei que era brincadeira, que ele tinha dado um jeito de alterar o teste para me provocar, e, óbvio, fomos direto à farmácia comprar um novo teste, que, óbvio, deu resultado positivo de novo. Uma hora da manhã estávamos no laboratório colhendo um exame de sangue e às duas da manhã descobrimos que era isso mesmo: seríamos pais. Eu tenho 29, ele 35, vivíamos a vida tranquila dos jovens atuais, sem preocupações além da louça debruçada sobre a pia e a programação da TV, do face e os amigos para encontrar. Um detalhe importante desse dia é que iríamos passar o final de semana no Rio de Janeiro, e a viagem acabou servindo como o local onde comemoramos a grande novidade em nossas vidas. Sim! ficamos meio parados no tempo quando descobrimos a gravidez, afinal, não foi planejada, mas graças a Deus, ela nos fez pessoas mais felizes desde o primeiro instante. Assim foi o primeiro marco histórico do nosso bebê: DUM: 05/02/2012 DPP: 12/11/2012 Data de "descoberta" - porque descobrir a gravidez deve ser a mesma emoção que a descoberta das Américas, sinceramente! : 29/03/2012, quando as águas de março já iam fechando o verão, o nosso filhote de carnaval se apresentou - quase dois meses depois, portanto.